27 de jan. de 2014

Programa Mais Médicos é avaliado de forma positiva no interior sergipano


O Mais Médicos, é um programa do governo federal instituído em 8 de julho de 2013, e tem a finalidade de garantir melhorias no atendimento aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) prevendo mais investimentos em infraestrutura de hospitais e unidades de saúdes. Levando mais médicos para regiões onde há escassez de profissionais da área, assim garantindo assistência a municípios com maior vulnerabilidade social, o Ministério da Saúde tem expectativas para que o programa conte com 13 mil médicos. Hoje, 6,6 mil profissionais da área participam do programa em todo o país, dos quasis 5,4 mil são cubanos.

Em Sergipe, 42 municípios já aderiram ao programa, sendo que alguns ainda esperam a chegada dos profissionais. Segundo a Secretaria de Sáude do estado de Sergipe, são 79 médicos, dos quais 58 são cubanos, 19 brasileiros e dois intercambistas (brasileiros que estudaram fora do país); distribuídos nos 30 municípios cadastrado até o momento, número que representa a presença do Mais Médicos em 40% dos municípios Sergipanos.

No estado, a distribuição dos 79 médicos nos municípios contemplados ficou da seguinte forma: Aracaju (05), São Cristóvão (04), Capela (05), Nossa Senhora das Dores (04), Nossa Senhora do Socorro (06), Pirambu (01), Santo Amaro das Brotas (03), Arauá (02), Boquim (02), Cristinápolis (01), Santa Luzia (01), Estância (01), Umbaúba (03), Carira (01), Macambira (02), Nossa Senhora Aparecida (01),  Lagarto (10), Simão Dias (01), Tobias Barreto (02), Gararu (03), Monte Alegre (01), Nossa Senhora da Glória (01),  Poço Redondo (05), Aquidabã (03), Brejo Grande (02), Cedro de São João (01),  Pacatuba (02), Ilha das Flores (03), Propriá (01) e Japoatã (02).

Nossa Senhora Aparecida, pequena cidade do interior sergipano, localizada a 100 km de Aracaju, foi contemplada no dia 02 de Dezembro de 2013 com uma profissional da área de saúde cubana, através do programa Mais Médicos do governo federal. A profissional veio atuar na atenção básica de saúde.

Os únicos dois médicos, José Roberto e Amanda Santos, não conseguem suprir a carência gerida pelos seus, cerca de 8000 habitantes de Nossa Senhora Aparecida, com isso o município veio a ser assistido pelo programa, com a chegada da médica cubana, natural de Santiago de Cuba, Irina Legon Moreli.  

A médica exerce uma carga horária de 40 horas semanais, sendo que 32 horas é para o atendimento direto, já as outras 8 horas restantes ela faz uma especialização em saúde da família pela Universidade do Rio Grande do Sul, com fiscalização responsável pela Universidade Federal de Sergipe.

Único posto de atendimento, a Clínica de Saúde da Familia Maria Cleidilene dos Santos Lima, inaugurada em abril de 2010; conta com equipes de médicos e dentistas, as salas do lugar tem bons equipamentos. Na sala de espera os pacientes aguardam ansiosos para serem atendidos pela médica cubana, todos estavam com exprerssões de curiosidade e os que saíam, tinham expressões de alegria. Ficamos curiosos e fomos entrevistar a diretora do posto, Maria Lurdes de Jesus Costa, para saber como a profissional chegou ao município e o motivo de tanta felicidade demonstrada na face das pessoas. Encontramos Maria em sua sala e finalmente  pôdemos saciar nossa curiosidade a respeito do impacto impulsionado por Irina. Ela disse que o município fez o cadastro para completar a quarta equipe do PSF ( Programa Saúde Familiar) com mais um profissional, pois o posto apresentava essa carência. Então a Secretária de saúde, Dejenalda dos Santos Bomfim, enviou um documento para o estado solicitando mais médicos, quando a documentação foi recebida, Irina, a médica cubana participante do programa, chegou no dia 2 dezembro e começou a atuar no dia 26 do mesmo mês, depois da liberação do cadastro, trabalhando 32 horas e 8 horas estudando. Depois deste processo, a equipe juntou-se a Irina Vegon para ajudá-la a se adaptar com o linguajar, e com algumas doenças “inexistentes” em seu país de origem, como por exemplo a Esquitossomose e a Sífilis. Foi assim que depois deste relato procuramos a auxiliar de Vegon, Fernanda Cristina dos Santos, que também trabalha na clínica para nos relatar alguns fatos curiosos do primeiro dia de trabalho. No primeiro dia não havia nenhum paciente para a médica atender, porém como as pessoas ficaram curiosas, logo foram pedindo para serem atendidos por ela, primeiro iam ao posto para ouvirem sua voz e logo perceberam a diferença no atendimento, que era somente elogios, como ela é minuciosa e ficaram mais contentes ainda, quando descobriram que podiam vê-la quase sempre, uma maravilha, pois como fala Fernanda, Irina atende todos os dias da semana, exceto às quartas-feiras.

Tantos elogios, então resolvemos verificar o fluxo de pacientes na sala de espera. Observar a reação dos pacientes que entravam no consultório, os que saiam e os que aguardavam para serem atendidos, que no total eram seis pessoas. Um fato que chamou atenção é de uma senhora, magrinha, que saiu do consultório com suas quatro filhas, uma adolescente e duas crianças, sendo uma bebê.
“Entendi tudo o que a médica falou, ela é muito carinhosa e muito diferente dos outros médicos, ela deitou todas as crianças na maca examinou dos pés à cabeça”. Relatou Denise dos Santos, 38 anos, mãe das quatro filhas.

Irina, natural de Santiago de Cuba, local mais quente do país, logo em sua chegada ao Brasil, notou as diferenças climáticas, achando o região Nordeste muito mais quente que seu local de origem. Em seu período de adaptação, Legon se surpreendeu com a grande diversidade cultural, intelectual, comportamental existente no país.

Um pouco frustrada, pelo fato de ter vindo trabalhar no Nordeste e ter muito contato com o forró, e pouco com o samba. Pois lá fora do país a identidade cultural mais enraizada é esse ritmo. Irina, como uma tradicional estrangeira, sonha em  aprender os molejos dessa dança afro-brasileira.


Por Lorena Ferro e Wirlan Lima 

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