6 de jun. de 2011

NaurÊa, um forró diferente

Por: Alanna Molina


Muito mais do que fazer mistura de sons, mostrar que é possível reinventar o forró sem deixar de lado a sua essência e combinar em uma mesma música sons nordestinos com influencias musicais do Brasil e do mundo. Assim é a banda Naurêa, que mostra desde a escolha do nome, na junção de palavras num tipo de som rápido e de forte impacto sonoro, a sua tendência por mistura de sons - tendência essa que permeia as músicas da banda.
Legitimamente sergipana, A Naurêa surge no ano de 2001 em uma reunião de amigos, onde Marcio de Dona Litinha (vocais e zabumba) , Alex Sant'Anna (voz e triângulo), e Ptricktor4 (percussão) resolvem montar uma banda cujo som fosse algo novo e diferente, mas que não excluísse as raízes das culturas locais. Um som que misturasse o forró tradicional com outros estilos, como música eletrônica, samba, hip hop e folguedos sergipanos. Para completar a banda, integram-se Léo Airplane no acordeon, Aragão no cavaquinho, e Abraão Gonzaga na guitarra, e enfim fez-se a Naurêa. A união dos seis músicos, cada um trazendo suas vertentes musicais, fez da banda uma miscelânea de ritmos que se mostrou como uma fábrica de sons criativos e autênticos, sem deixar de legitimar o forró nordestino, de onde tiram a base de sua inspiração.

Trajetória da banda

A Naurêa nasce em 2001, e logo depois de uns dias de ensaio se apresenta pela primeira vez na casa de shows Tequila Café. A primeira reação do público demonstra uma certa estranheza, já que é algo novo e ousado. Mas apesar de ser diferente, a banda mostra que desde cedo possui uma harmonia perfeita entre sanfona, guitarra, percussão, e cavaquinho, resultando num som contagiante que não deixa ninguém parado.
Em 2002, a Naurêa lança um demo em comemoração ao aniversário de um ano da banda: "O Pop do Forró". A partir daí, a banda decola e começa a viajar para outros estados e marcam presença em importantes feiras de músicas do Nordeste.
Em dezembro de 2003, lança seu primeiro CD, "Circular Cidade ou estudando o plágio", um álbum original que viaja entre vários ritmos da música de maneira sempre bem humorada. O CD conta com participações de músicos sergipanos, como Henrique Teles (da banda Maria Escombona) e Amorosa, valorizando assim a inspiração da banda, que é a cultura local. Em 2005 lançam um EP intitulado "Kda vez + negaum", que antecipa o que seria trazido em 2006 com o CD "Naurêa apresenta: O Sambaião". Este foi um marco na carreira e arremessou a banda para outros horizontes. Além de cada vez mais conquistarem admiradores na própria terra, a Naurêa amplia seu público para além do Brasil, tornando a Europa um novo âmbito para a banda, que já faz a sua segunda turnê em 2007.
O ano de 2009 começa com seu segundo EP: Babelesko, que se caracteriza como uma expansão ainda maior de ritmos e melodias. Um diálogo com os vários sons do mundo, mas, claro, sem deixar de ter a presença da perceptível sergipanidade. A banda lança o Babelesko como um intermediário entre o álbum " Naurêa apresenta: O Sambaião" e o próximo disco a ser lançado, intitulado provisoriamente de "Al-Gazarra".

A diferença conquista

Quase dez anos após seu surgimento, a Naurêa mostra, a cada álbum mais, que é possível tornar diferente um ritmo nativo sem perder a cultura e o sotaque (seja ele oral ou ideológico) presente na regionalidade. Um som que chama a atenção para o antigo e o novo ao mesmo tempo; Uma junção de ritmos e sonoridades que contagia e levam à dança todos que a escutam; E, principalmente, um universo que inspira e contamina quem está sempre em busca de música autêntica, com combinações e misturas originais e uma qualidade que poucos conseguem ter. O forró ainda vive nas veias contemporâneas, mas de um jeito diferente - até um pouco mais divertido e culturalmente mais instigador.

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