6 de jun. de 2011

De vaqueiro a cantor de forró

A vida do vaqueiro Danielzinho, consagrado atualmente o melhor cantor de forró-vaquejada de Sergipe



Por Raimundo Morais

Homem maduro do agreste sergipano, aquidabãense nato. De origem pobre e cristã. Filho de vaqueiro aboiador e agricultora. Irmão de um cantor de forró. 36 anos de idade e uma história de vida repleta de superações, digna de respeito e orgulho aos sergipanos. 



Um rapaz de altura mediana, que carrega no rosto um retrato da sua vida, embora sorridente, tranqüilo e sincero. De cor parda de cabelos pretos e encaracolados, esse é Daniel Batista da Cruz Filho, o Danielzinho da Banda Quarto de Milha.

Nascido no dia 22 de junho de 1975, no povoado Campo Redondo pertencente à cidade de Aquidabã, e atualmente morando em Capela, terra da famosa festa do Mastro, região do Vale do Contiguiba, Danielzinho atual figura ilustre do forró-vaquejada de Sergipe, conhecido na musicalidade também como o kaceteiro do forró, tem quatro filhos e uma história de vida repleta de conquistas.

Filho do vaqueiro aboiador Daniel Batista Cruz, e da agricultora Josefa Nascimento da Cruz, quando criança, Danielzinho dividia sua tarefa diária ajudando nos trabalhos dos seus pais nas fazendas as quais trabalhavam, e estudava, primordialmente na escola do povoado Tabocal, em Aquidabã, e depois no Milton Azevedo na sede da cidade, quando abandonou os estudos na quarta série para trabalhar ao lado do pai e os irmãos como vaqueiro, roçando pasto, arrancando toco e plantando capim. Começa então, a fascinação pela vida de gado, e já aos sete anos de idade começou dá seus primeiros passos nos oboios, orientado sempre pelo seu pai, incentivador e professor nesta arte.


Aos cantos e encantos, o menino prodígio por onde passava construía sua identidade, que por pouco não foi interrompida, depois de fraturar o braço no labuto da família. Embora, não passasse de um susto, e depois de recuperado, aos 15 anos, o canavial foi o “palco” da vida do cantor, que acordava as 03h00min da madrugada, e se deslocava da sua casa, nesta época no povoado Cruz Grande, em Aquidabã, para a cidade de Neópolis, cortar cana, chegando somente à noite, por volta das 20h00min.


Uma maturidade de quem já viveu uma vida inteira e no coração a bondade de uma criança, conheceu a jovem Lucilene, com quem se casou aos 18 anos, e do fruto da união, nasceram Daniel Neto, Pedro Victor e Luciele, época árdua na vida do vaqueiro, que com muito suor e trabalho, tirava o sustento da família.


Amante da vida de gado, inseparável dos aboios, criado nas corridas de mato da região agreste e sertão sergipano, Danielzinho intensificava suas participações nas vaquejadas, cantando e encantando por onde passava, sendo obrigado a abandonar o esporte depois de ser atingindo com uma casca de pau no olho esquerdo, em uma festa de vaqueiro na cidade de Poço Redondo, em Sergipe, que ocasionou a perda da visão no olho ferido.


Más como um atleta, que sofre a cada passo, chora a cada corrida, lamenta a cada derrota, mas nunca desiste, Danielzinho depois de reabilitado formou uma dupla com irmão Edvaldo, começava então a percorrer o caminho do sucesso, se apresentava em festas de gados e pequenas festas culturais na cidade e região, agregando posteriormente ao sobrinho George, formando a primeira banda do cantor, que despertou os empresários do mundo do forró.

Louco pelo forró, vaquejada e uma boa cerveja, o empresário Dinho, em uma das apresentações da pacata banda de Danielzinho, encantou com o trabalho dos ex-vaqueiros e convidou-lhes para formar uma banda de forró-vaquejada, que levaria o nome: Danielzinho e Forrozão Quarto de Milha, expressão atualmente em todo o nordeste, destaque nas principais rádios e TV do nordeste.

Simples, sincero e defensor da verdade, oposicionista as ações mentirosas, aquele que almeja sempre por descobertas e não teme das mudanças, ama o novo, Danielzinho deixa esposa e parte para uma nova experiência matrimonial, casa-se pela segunda vez, com Nazinha, e desta união o mais novo fruto do cantor, a filha Layana.


Ao lado de músicos e ex-vaqueiros, a mistura do forró e dos aboios, ao som da foz grave e precisa do aquidabãense, a musicalidade fluem entres os forrozeiros que apelam nas festas pela participação do cantor, “atualmente eu não sei como um produtor do evento não seleciona Danielzinho para fazer parte da animação, mas sei, que muitos assim como eu, gosta de seu estilo e vive intensamente o kaceteiro do forró”, disse Gabriella Bomfim.

Em uma história de vida que mais se parece uma ficção, com tantas coisas vividas, superadas, assim é a vida de Danielzinho, menino humilde que dividiu a infância com pouco estudo e muito trabalho ao lado da família, que persistiu nos seus sonhos e floresceu no mundo da fama, “esse sucesso é bastante merecido a Danielzinho, por ser uma pessoa simples, que sempre está valorizando as suas raízes como também pela sua história de vida que é um grande exemplo de superação”, disse o radialista professor Carlos Alberto.

6 comentários:

  1. Eu sou testemunha ocular de parte desta história. Sei o quanto foi difícil pra ele chegar onde chegou. Sou Genilma. Irmã da primeira esposa dele.

    ResponderExcluir
  2. Eu tenho quase todos os cds desse humilde e ótimo cantor e compositor das melhores músicas de forró-vaquejada do país!!!!

    ResponderExcluir
  3. Matuto inteligente, matuto inteligente, cheiroso,gostoso e na cama botando quente

    ResponderExcluir
  4. Esse é caceteiro.!!! Um orgulho para os sergipanos e toda vaqueirama.!

    ResponderExcluir
  5. Eu tava na fazenda Juazeiro no dia em que infelizmente ele perdeu o olho. Ele tava disputando um torneio.... Correndo a novilha grampula. Talvez eu esteja falando besteira mas acho que se ele não tivesse perdido o olho ele não tivesse feito sucesso...ou seja Deus escreve certo por linhas tortas

    ResponderExcluir
  6. Eu falo isso pq ele só se dedicou a música depois do acidente.... Antes ele queria mesmo era pegar boi brabo

    ResponderExcluir