30 de nov. de 2011

CIDADANIA

Rosa Elze: um bairro de contrastes

Por Marcos Rodrigues Meneses

A vizinhança com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) vem proporcionando ao bairro Rosa Elze, em São Cristóvão, uma configuração de contrastes. Quanto mais próximo da instituição, maior a concentração de comércio e serviços que sobrevivem da circulação de alunos, professores e funcionários. E, como efeito colateral, maior é o valor dos imóveis para alugar.

Formada por grande contingente de estudantes e moradores mais antigos, a população local é, em sua maioria, mestiça ou negra. O bairro possui uma estrutura urbana onde é possível encontrar instituições religiosas, político-comunitárias, de serviços e educacionais. Mas parte importante do desenvolvimento comercial do bairro está diretamente ligada à Universidade. Nas suas proximidades há copiadoras, restaurantes, serviços de lan-house e fast-food. Porém, quando se caminha em direção ao interior do bairro, nota-se uma forte presença de casas de materiais de construção, pequenos supermercados e padarias. Há também feira-livre às quartas-feiras.

Outra característica do bairro ligada diretamente à vizinhança da UFS são as pensões e casas para alugar, destinadas a estudantes do interior de Sergipe ou da Bahia. Janaína Rodrigues, 19 anos, aluna do terceiro período de Educação Física – Licenciatura é um exemplo deste perfil. Ela veio da cidade de Macambira, no Agreste sergipano, a 74 km da capital do Estado, para estudar na UFS e encontrou no Rosa Elze um meio mais viável e menos cansativo de concluir seu curso, em termos de alimentação e moradia, que divide com mais duas colegas da mesma instituição. Em contrapartida, não encontra material didático específico do seu curso nas proximidades e considera que a qualidade dos produtos locais “ainda deixa a desejar”.

A estudante ainda destaca a falta de serviços essenciais. “Há saneamento básico em poucas ruas, infestações de baratas, mosquitos e ratos, e quando chove é horrível, pois além do cheiro, a água misturada com o esgoto das ruas pode causar doenças e infecções”, alerta. Além disso, a jovem não se sente segura. “Os assaltos acontecem em plena luz do dia e a situação se agrava por volta das 20h. Tem que ter fé e muita coragem para sair da UFS para casa e torcer para não ser assaltada, como já presenciei acontecer”, desabafa.

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